Defesa dos alimentos (food defense): estudo de caso em laticínio no Rio de Janeiro

Autores

  • Ramon Silva
  • Aline Lima Damasceno Batista
  • Denise Rosane Perdomo Azeredo
  • Erick Almeida Esmerino
  • Adriano Gomes da Cruz

Resumo

Devido os sucessivos acontecimentos terroristas no segmento de alimentos, verificados ao longo de décadas levaram a que, pela primeira vez, emergisse nos EUA o conceito de defesa dos alimentos, cujo objetivo é empregar medidas de controle da contaminação intencional de produtos, onde indivíduos motivados ideologicamente recorrem a agentes (biológicos, químicos, físicos ou radiológicos) com o intuito de propiciar prejuízos às organizações, governos ou à população em geral. A produção mundial de leite é quase inteiramente derivada de bovinos, búfalos, cabras e ovelhas. Atualmente a gestão de risco tem se focado em programas de segurança dos alimentos direcionados à prevenção da contaminação não intencional de alimentos, como micro-organismos patogênicos, perigos físicos ou químicos. Objetivou-se com o presente trabalho verificar a concordância dos entrevistados em relação aos itens contemplados em um programa de food defense em um laticínio no Estado do Rio de Janeiro, realizado por meio da distribuição do questionário via correio eletrônico para o laticínio, retorno do laticínio e avaliação estatística da resposta. Das 36 afirmativas, observou-se que 63% e 30% correspondem aos itens 5 (concordo extremamente) e 4 (concordo ligeiramente) sugerindo que embora o laticínio não tenha implementado formalmente uma norma de defesa dos alimentos, existe uma percepção positiva para tal sistema. Sendo assim, conclui-se que existe uma preocupação do laticínio com relação a essa questão, o que indica que sua aplicação formal pode ser facilitada.

Referências

BUSTA, F. F., KENNEDY, S. P. Defending the safety of the global food system from intentional contamination in a changing market. In: Hefnaway, M. (Ed.), Advances in Food Protection, NATO Science for Peace and Security Series a: Chemistry and Biology, vol. 1. Springer Science & Business Media B.V, Dordrecht, The Netherlands. 2011.

FREDRICKSON, N. R. Food Security: Food Defense and Biosecurity. In: Alfen, N. K. V. (Ed). Encyclopedia of Agriculture and Food Systems. Oxford: Academic Pres, 2014. P.311-323.

HEMME, T. IFCN Dairy Report 2016: for a better understanting of the dairy world. Germany: IFCN, 2016. 224 p. (2015).

PRAIA, E. F. S. S. (2017). Avaliação da implementação de requisitos de food defense em unidades industriais alimentares. Dissertação de Mestrado em Segurança Alimentar. Universidade de Lisboa: Faculdade de Medicina Veterinaria. 103p.

ROMERO, B. S. (2017). Defesa Alimentar (Food Defense): avaliação e aplicação da ferramenta CAVER+Shock na industria de leite no Brasil. Dissertação de Mestrado em Gestão e inovação na industria animal. Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos. 151p.

World Health Organization (WHO). Terrorist threats to food: guidance for establishing and strengthening prevention and response systems. World Health Organization. Geneva, Switzerland. 2002.

World Health Organization (WHO) (2007). The world health reportasafer future: global public health security in the 21st century. http://www.who.int/whr/2007/whr07_en.pdf?ua=1. Acesso em: 18 out. de 2018.

TAHAKAPAA, S. et al. Pattems of food frauds and adulterations reported in the EU rapid alert system for food and feed and in Finland. Food Control, v. 47, n. o, p. 175-184, 2015.

Downloads

Publicado

2020-01-25

Edição

Seção

Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos