ESCOLA INDÍGENA, ALFABETIZAÇÃO E LÍNGUAS
DOI:
https://doi.org/10.22407/2176-1477/2021.v12i1.1298Palavras-chave:
Escola indígena, processo de alfabetização, língua maternaResumo
A educação escolar indígena vem sendo construída por povos indígenas do país desde a promulgação da Constituição Federal (1988), que oportunizou, por meio de suas leis, o direito a uma educação diferenciada e de acordo com suas culturas tradicionais. Este artigo apresenta diálogos e reflexões referentes às escolas indígenas de Rondônia, sua língua materna e o processo de alfabetização através da escrita produzida por professores indígenas do curso superior de Educação Básica Intercultural. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica com base na análise de 07 (sete) TCC’s de autores indígenas do Curso de Educação Básica Intercultural da Universidade Federal de Rondônia-UNIR, que discorrem sobre a escola indígena, alfabetização, língua materna e pesquisas referentes às leis que regulamentam e norteiam a educação indígena. Os resultados revelaram que a história dos indígenas é marcada por diversas ações pedagógicas diferentes, que trazem uma visão sobre a formação da identidade cultural da criança indígena. Com a inserção de um novo modelo escolar, as etnias passaram a participar de aulas na escola formal. A maioria dos indígenas são bilíngues, existindo ainda membros que falam apenas a língua materna, uma forma de preservação da identidade cultural da etnia. Conclui-se que a educação escolar formal contribuiu, de forma geral, para a interação dos povos indígenas com diferentes culturas. Uma das maiores conquistas foi a aquisição de conhecimentos relacionados à legislação vigente, empoderando os nativos na luta por seus direitos. As considerações finais enfatizam e corroboram com inúmeros autores quanto à necessidade de respeitar a cultura indígena, assim como as demais, uma vez que cada uma tem seus valores, saberes e histórias, requisitos fundamentais na identidade de um povo.
Referências
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