EDUCAÇÃO INCLUSIVA: MODELO DIDÁTICO DE PEIXE PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

Autores

  • Jamille Ferreira Lima Santos Universidade Federal de Sergipe
  • Marcelo Fulgêncio Guedes de Brito Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.22407/2176-1477/2019.v10i3.1022

Palavras-chave:

recurso didático, peixe ósseo, cego, morfologia.

Resumo

Entende-se por Educação Inclusiva (EI) a necessidade de adaptação das estruturas físicas e pedagógicas para atender a diversidade de alunos. Nessa perspectiva, a transposição didática dos conteúdos na disciplina de Ciências e Biologia para alunos com deficiência visual é uma tarefa angustiante por não haver materiais suficientes com essa finalidade. A elaboração do presente trabalho teve como objetivo elaborar e testar um modelo didático de peixe ósseo para auxiliar no ensino de Ciências e Biologia para alunos videntes e não videntes. A preparação do material com todos os detalhes reentrâncias e texturas durou três meses. Nesta fase houve algumas dificuldades como a de encontrar materiais com texturas e formatos aproximados ao real, resistentes e de baixo custo. O modelo foi aplicado com dois alunos cegos, um deles da Universidade Federal de Sergipe (A1), que auxiliou com sugestões para a melhoria do material produzido; e (A2) aluna do Centro de Apoio Pedagógico (CAP) acompanhada pela professora assistente. A1 e A2 foram orientados através do sentido auditivo e tátil e puderam perceber a localização de todas as estruturas facilmente. Isto evidencia a eficiência do material produzido. A professora assistente do CAP relatou a importância do material, e disse ser o caminho certo para EI. A participação dos alunos e da professora foi de grande valor, pois impulsiona a continuidade de trabalhos como este. O uso de recursos didáticos diferenciados mostra-se um potencial instrumento na aquisição do conhecimento, desmistificando os estigmas relacionados à percepção do aluno cego. A criatividade e o baixo custo na produção tornam-se ferramentas importantes e despertam entusiasmo dos alunos em aprender e dos professores ao ensinar. Grupos de pesquisa têm aprimorado as discussões sobre EI nas últimas décadas, porém existem prerrogativas que precisam ser atendidas para tornar efetiva a inclusão destes alunos em todos os níveis de ensino.

Biografia do Autor

Jamille Ferreira Lima Santos, Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Biologia

Marcelo Fulgêncio Guedes de Brito, Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Biologia

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Publicado

2019-12-15

Edição

Seção

Relato de Experiência