AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO QUALITATIVA DE BIOFILME POR ESCHERICHIA COLI PROVENIENTES DE SALADAS PRONTAS PARA CONSUMO COMERCIALIZADAS NO BAIRRO DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO

Autores

  • Ana Vitória de Sousa Dias
  • Julia Gomes Terra Manchon
  • Letícia Cardoso de Castro
  • Janaína dos Santos Nascimento

Resumo

Diversos restaurantes situados no Rio de Janeiro possuem o serviço de self-service, onde oferecem uma grande variedade de saladas cruas e cozidas. Sabe-se, no entanto, que a má higienização dos vegetais utilizados nas saladas, das superfícies de preparo ou dos utensílios de cozinha permite com que micro-organismos, muitas vezes patogênicos, fiquem aderidos aos resíduos presentes e desenvolvam biofilmes, perpetuando a contaminação e podendo gerar problemas de saúde ao consumidor. Escherichia coli é um patógeno clássico, causador de doenças transmitidas por alimentos e comumente encontrada em folhas verdes e vegetais frescos prontos para consumo. Este estudo teve por objetivo o isolamento de estirpes de E. coli a partir de saladas cruas e cozidas prontas para consumo, servidas em diferentes estabelecimentos do bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, e a avaliação qualitativa da produção de biofilme pelos isolados. Dez amostras de saladas foram analisadas e sete apresentaram contagens de E. coli superiores ao limite máximo permitido pela legislação para alimentos preparados prontos para o consumo contendo exclusivamente produtos de origem vegetal. Apenas 2 amostras não apresentaram contagens. Dos 11 isolados de E. coli detectados, dentre aqueles selecionados para as análises, 10 (90,9%) foram produtores de biofilme. Assim como outras bactérias patogênicas, a presença de E. coli, em produtos prontos para o consumo têm um papel fundamental no surgimento de surtos de origem alimentar. Devido à produção de biofilme, a permanência nos vegetais e em superfícies de preparo, consttui uma importante etapa no processo de colonização e, consequenmtente,  transmissão desses micro-organismos para os consumidores.

Referências

Adator, E. H.; Cheng, M.; Holley, R.; McAllister, T.; Narvaez-Bravo, C. (2018). Ability of Shiga toxigenic Escherichia coli to survive within dry-surface biofilms and transfer to fresh lettuce. International Journal of Food Microbiology, 269: 52-59.

Bezerra, A. A.; de Souza, E. N.; de Souza Pereira, H. G.; Sá-Silva, C. (2020). Análise microbiológica de alfaces em saladas cruas comercializadas em restaurantes comerciais da cidade de Petrolina, Pernambuco, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6 (12): 100252-100265.

Beltrão, J. C. (2019). Avaliação da qualidade microbiológica de saladas de hortaliças cruas prontas ao consumo e identificação do perfil de resistência a antibióticos das enterobactérias isoladas. Dissertação de Mestrado. Programa de Ciências Aplicadas a Produtos Para Saúde, Universidade Federal Fluminense.

Brasil (2022). Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância. Instrução Normativa nº 161, de 1 de julho de 2022. Estabelece os padrões microbiológicos dos alimentos. Diário Oficial da União, nº 126, de 6 de julho de 2022.

Carrascosa, C.; Raheem, D.; Ramos, F.; Saraiva, A.; & Raposo, A. (2021). Microbial biofilms in the food industry - A comprehensive review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18 (4): 2014.

Castro-Ibáñez, I.; Gil, M. I.; & Allende, A. (2017). Ready-to-eat vegetables: Current problems and potential solutions to reduce microbial risk in the production chain. LWT-Food Science and Technology, 85: 284-292.

Castro-Rosas, J.; Cerna-Cortés, J. F.; Méndez-Reyes, E.; Lopez-Hernandez, D.; Gómez-Aldapa, C. A.; Estrada-Garcia, T. (2012). Presence of faecal coliforms, Escherichia coli and diarrheagenic E. coli pathotypes in ready-to-eat salads, from an area where crops are irrigated with untreated sewage water. International Journal of Food Microbiology, 156 (2): 176-180.

Center for Disease Control and Prevention - CDC (2022). Reports of selected E. coli outbreak investigations. Disponível em: https://www.cdc.gov/ecoli/outbreaks.html. Acesso em 17 de julho de 2022.

Freeman, D. J.; Falkiner, F. R. & Keane, C. T. (1989). New method for detecting slime production by coagulase negative staphylococci. Journal of Clinical Pathology, 42: 872-847.

Frias, D. F. R.; Pinheiro, R. S. B.; Américo-Pinheiro, J. H. P.; Buosi, A. L. B. (2020). Variação espaço-temporal da concentração de Escherichia coli em águas superficiais e a saúde pública. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, 8 (60): 77-86.

Galie, S.; García-Gutiérrez, C.; Miguélez, E. M.; Villar, C. J.; Lombó, F. (2018). Biofilms in the food industry: health aspects and control methods. Frontiers in Microbiology, 9: 898.

International Organization for Standardization (ISO) - ISO 16649-2: Microbiology of food and animal feeding stuffs: horizontal method for the enumeration of b-glucuronidase-positive Escherichia coli - Part 2: Colony-count technique at 44 °C using 5-bromo-4-chloro-3-indolyl-D-glucuronide. Geneva: International Organization for Standardization; 2001.

Luna-Guevara, J. J., Arenas-Hernandez, M. M., Martínez de la Peña, C., Silva, J. L., & Luna-Guevara, M. L. (2019). The role of pathogenic E. coli in fresh vegetables: Behavior, contamination factors, and preventive measures. International Journal of Microbiology, 2019: 2894328.

Mäde, D.; Geuthner, AC.; Imming, R.; Wicke, A, (2017). Detection and isolation of Shiga-Toxin producing Escherichia coli in flour in Germany between 2014 and 2017. Journal of Consumer Protection and Food Safety, 12: 245–253.

Nesse, L. L.; Sekse, C.; Berg, K.; Johannesen, K. C.; Solheim, H.; Vestby, L. K.; Urdahl, A. M. (2014). Potentially pathogenic Escherichia coli can form a biofilm under conditions relevant to the food production chain. Applied and Environmental Microbiology, 80 (7): 2042-2049.

Özdemir, F.; Arslan, S. (2021). Molecular Characterization and biofilm formation of Escherichia coli from vegetables. Sakarya University Journal of Science, 25(1): 12-21.

Rebello, R. C. D. L. (2020). Efeitos da produção de biofilme e da interação com Acanthamoeba castellanii na virulência de Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC). Tese de Doutorado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Souza, G. S. F.; Souza, V. K. S.; Silva, E. C. A.; Cordeiro, S. A.; de Oliveira, J. C. S.; da Silva, E. C. A.; ... Martins, A. C. S. (2018). Características gerais de doenças transmitidas por alimentos (DTA). International Journal of Nutrology, v. 11(S 01), Trab229.

Srey, S.; Jahid, I. K.; Ha, S. D. (2013). Biofilm formation in food industries: a food safety concern. Food control, 31 (2): 572-585.

Taban, B. M.; Halkman, A. K. (2011). Do leafy green vegetables and their ready-to-eat [RTE] salads carry a risk of foodborne pathogens? Anaerobe, 17 (6): 286-287.

Van Houdt, R.; Michiels, C. W. (2010). Biofilm formation and the food industry, a focus on the bacterial outer surface. Journal of applied microbiology, 109 (4): 1117-1131.

Waturangi, D.E.; Hudiono, F. Aliwarga, E. (2019). Prevalence of pathogenic Escherichia coli from salad vegetable and fruits sold in Jakarta. BMC Research Notes, 12: 247.

Wei, X.; Wu, Q.; Feng, Y.; Chen, M.; Zhang, S.; Chen, M.; ... Li, Y. (2020). Off-on fluorogenic substrate harnessing ESIPT and AIE features for in situ and long-term tracking of β-glucuronidase in Escherichia coli. Sensors and Actuators B: Chemical, 304: 127242.

Downloads

Publicado

2022-08-01

Edição

Seção

Microbiologia de Alimentos