MEDIDAS PALIATIVAS PARA O CONTROLE E COMBATE ÀS ARBOVIROSES: POSSÍVEIS CAMINHOS E DIÁLOGOS

Autores

  • Davi Santos Rocha Instituto Federal do Paraná - Campus Umuarama
  • Giovana Bianca Zanquetin IFPR
  • Layane Scardelai Fiacoski IFPR
  • Gabriel Silva Amaral IFPR
  • Allan Pacífico Teixeira da Silva IFPR
  • Myllena Ferreira dos Santos IFPR
  • Isabela Policarpo da Silva IFPR
  • Samara Vitória dos Santos Nunes Carneiro IFPR

DOI:

https://doi.org/10.22407/1984-5693.2023.v15.p.e20231508

Resumo

As arboviroses constituem, atualmente, um dos grandes desafios à saúde pública global, e, especialmente, no Brasil. Anualmente são centenas de milhares de vidas ceifadas em todo o mundo em decorrência dessas doenças, que além das mortes, trazem uma série de prejuízos e dispêndios de ordem econômica. Nesse contexto, faz-se necessário uma busca por métodos e ferramentas que visem mitigar e que atuem de forma paliativa no combate aos arbovírus, sendo aqui descritas três principais formas: o controle químico, biológico e as novas tecnologias aliadas à educação e sensibilização de comunidades. Para aplicação correta dessas formas de combate aos arbovírus, as interações ecológicas no nível dos vetores e dos patógenos, também são descritas, pois possibilitam uma forma de compreensão necessária dos mecanismos de transmissão (vertical e horizontal) e das relações de nichos ecológicos nos quais se inserem os principais vetores das arboviroses. No controle químico, a utilização de extratos de plantas e outras substâncias não tão agressivas quanto os agentes químicos convencionais, constitui uma eficiente ferramenta alternativa no combate antivetorial. Já no controle biológico, o emprego de microrganismos, como o Bacillus Thuringiensis, nos reservatórios de vetores, fornece uma possibilidade mais ecológica e com alta proficuidade. Aliada a todos esses mecanismos, a interface digital, com novas tecnologias, e a comunicação com as comunidades também deve ser um dos pilares na temática dos arbovírus, haja vista a necessidade do cuidado com os ambientes domiciliares e comunitários, visando, assim, impedir a proliferação de vetores. Todas essas estratégias podem ser empregadas visando, sobretudo, a mitigação dos efeitos nocivos das arboviroses. A adoção gradual dessas novas ferramentas por parte dos sistemas de saúde no Brasil e no mundo pode figurar como uma forma mais eficaz e inteligente no controle e combate aos arbovírus.

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Publicado

07-12-2023

Edição

Seção

REVISÕES DA LITERATURA