INIBIDOR DE CORROSÃO DE ORIGEM VEGETAL: REVISÃO EM ARTIGOS PUBLICADOS NO BRASIL

Autores

  • Maria Clara Nascimento Dantas IFRJ
  • Sheila Pressentin Cardoso IFRJ

DOI:

https://doi.org/10.22407/1984-5693.2022.v14.p.e20221408

Resumo

A pesquisa teve o objetivo de avaliar artigos publicados em revistas brasileiras com o tema inibidores de corrosão de origem vegetal. A corrosão é um processo espontâneo nos metais, intensificado pelo meio corrosivo onde se encontram e as condições nas quais irão operar, trazendo prejuízos para vários setores industriais e a sociedade. Dentre os métodos de proteção da corrosão destacam-se os inibidores, que além de eficientes na proteção dos metais podem ser adicionados ou retirados de processos industrial conforme a necessidade de uso. Contudo, o caráter tóxico de substâncias presentes em inibidores comerciais levou a busca por produtos ambientalmente seguros, de modo que extratos de vegetais passaram a ser testados como potencial materia ativa na formulação de inibidores de corrosão. De caráter exploratório e bibliográfico, a avaliação dos artigos envolveu quatro categorias de análise: aspectos gerais; natureza dos materiais; técnicas experimentais, conclusões e eficiência dos extratos. Dos quatorze artigos identificados seis abordaram o uso de vegetais nativos do Brasil, várias partes dos vegetais foram testadas, com destaque para as folhas, havendo um uso diversificado de técnicas de extração. O aço carbono foi o metal mais usado, assim como o meio ácido, com os ensaios de corrosão envolvendo técnicas clássicas. Ficou evidente a relação direta entre a eficiência de determinado extrato às condições experimentais usadas, como natureza do extrato, o tipo de aço, o meio corrosivo e a temperatura de teste, de modo que essas informações precisavam ser claramente apresentadas. Em dez artigos o extrato do vegetal apresentou eficiência de inibição da corrosão entorno de 90%, valores que indicaram o potencial desses vegetais como método de proteção, sendo pesquisas iniciais que necessitam de outros estudos para que tenham uso comercial. Dentro do universo pesquisado, os trabalhos sobre o tema desenvolvidos no país acompanharam o que vem sendo realizado internacionalmente.

Referências

ABDELHAFEZ OH; FAWZY MA; FAHIM JR; DESOUKEY SY; KRISCHKE M; MUELLER MJ; ADBELMOHSEN UR. Hepatoprotective potential of Malvaviscus arboreus against carbon tetrachloride-induced liver injury in rats. Plos One 13(8), 1-18, 2018.

ALBUQUERQUE MA; OLIVEIRA MCC; ECHEVARRIA A. Avaliação da Atividade Anticorrosiva de Formulações com Extrato Vegetal por Técnicas Eletroquímicas e Gravimétrica. Revista Virtual de Química 7(5), 1841-1853, 2015.

AL-SENANI GM; AL-SAEEDI SI; ALMUFARIJ R. Green Corrosion Inhibitors for Carbon Steel by Green Leafy Vegetables Extracts in 1 M HCl. Oriental Journal of Chemistry 31(4), 2077-2086 2015.

ANDRADE-NETO, MF. Extrato da folha do “murici” como inibidor da corrosão do aço carbono em meio ácido. Química: Ciência, Tecnologia e Sociedade 2(4), 1-13, 2015.

ARAÚJO TAS. Taninos e flavonoides em plantas medicinais da caatinga: um estudo de etnobotânica quantitativa

[dissertação]. [Recife (PE)]: Universidade Federal de Pernambuco; 2008. 71 p.

ASSIS BVR; MEIRA FO; PINA VGSS; ANDRADE GF; COTRIM BA; RESENDE GO; D’ELIA E; SOUZA FC. Efeito Inibitório do Extrato de Piper nigrum L. sobre a Corrosão do Aço Carbono em Meio Ácido. Revista Virtual de Química 7(5), 1-11, 2015.

ASMARA YP; KURNIAWAN T; SUTJIPTO AGE; JAFAR J. Application of Plants Extracts as Green Corrosion Inhibitors for Steel in Concrete - A review. Indonesian Journal of Science & Technology 3(2), 158-170, 2018.

ASTM [Internet]. ASTM; 1996-2022. ASTM G1-03-Standard practice for preparing, cleaning and evaluating corrosion test speciments; [citado 2017 Dec 08]. Disponível em: https://www.astm.org/g0001-03r17e01.html.

BARRETO LS; TOKUMOTO MS; GUEDES IC; MELO HG; AMADO FDR; CAPELOSSI VR. Evaluation of the anticorrosion performance of peel garlic extract as corrosion inhibitor for ASTM 1020 carbon steel in acidic solution. Revista Matéria 22(3), e11852, 2017.

SCHMITT G. Inhibition in acid media. In: A working party report on corrosion inhibitors, European Federation of

Corrosion Publications nº 11, chapter 5, Published for The European Federation of Corrosion by The Institute of

Materials, 1994.

SCHNEIDER REG, TIETBOHL LAC, PEREIRA KB, DENARDIN ELG, FARIAS FM, MOREIRA CM. Estudo morfoanatômico e screening fitoquímico das folhas de Plectranthus barbatus Andrews (Lamiaceae). Salão de iniciação científica; 2010; Porto Alegre. Porto Alegre: UFRGS, 2010.

SILVA JA; CAPO GS; RIBEIRO MMS; SILVA MMP. Uso de extratos naturais como inibidores de corrosão para o aço AISI 304. Acta Brasiliensis 3(1), 21-24, 2019.

SILVA PF. Introdução à corrosão e proteção das superfícies metálica. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG; 1981. 354 p.

SOARES MHFB; GARCEZ ESC. Um estudo do estado da arte sobre a utilização do lúdico em ensino de química. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências 17(1), 183-214, 2017.

SULEIMAN IY; KASIM A; OCHU SR. Anti‑ corrosion Properties of Ethanol Extract of Cardiospermum halicacabum Leaf on Steel Pipelines in Acidic Environment. Journal of Bio- and Tribo-Corrosion 5(65), 1-13, 2019.

SOUZA SA. Composição Química dos Aços. São Paulo, Editora Edgard Blücher LTDA; 2001. 144 p.

TEIXEIRA VM; SANTOS EC; REZENDE MJC; D’ELIA E. Estudo da Ação Inibidora do Extrato de Camellia sinensis na Corrosão do Aço-carbono 1020 em HCl 1 mol L-1. Revista Virtual de Química 7(5), 1-15, 2015.

VALBON A; RIBEIRO BF; SOARES MAF; OLIVEIRA MCC; NEVES MA; ECHEVARRIA A. Extrato de hibisco-colibri como inibidor verde de corrosão do aço-carbono em ácido sulfúrico Quimica Nova 42(7), 797-802, 2019.

XHANARI K; FINSGAR M; HRNCCICC MK; MAVER U; KNEZ Z; SEITI B. Green corrosion inhibitors for aluminium and its alloys: a review. RSC Advances,7, 7299–27330, 2017.

WANG YC, CHUANG YC, HSU HW. The flavonoid and pectin content in peels of citrus cultivated in Taiwan. Food Chemistry 106, 277-284, 2008.

Downloads

Publicado

23-12-2022

Edição

Seção

ARTIGOS CIENTÍFICOS