O ENSINO DE CIÊNCIAS PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA SOB A PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL

Autores

  • Ingrid da Silva Martins
  • Grazielle Rodrigues Pereira

DOI:

https://doi.org/10.22407/2176-1477/2021.v12i1.1301

Palavras-chave:

Autismo, ensino de ciências, anos iniciais do ensino fundamental, lúdico

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo analisar o desenvolvimento sociocomunicativo de um grupo de crianças com transtorno do espetro autista (TEA) dos anos iniciais do Ensino Fundamental mediante a realização e aplicação de oficinas sobre Saúde Bucal por meio de uma pesquisa qualitativa realizada em uma escola de educação especial. A coleta de dados deu-se a partir de entrevistas semiestruturadas com as professoras responsáveis pelos alunos, e também houve a utilização um diário de campo durante a aplicação da oficina. Para a realização da oficina, foram desenvolvidos maquetes e objetos lúdicos relacionados à higiene bucal. A mediação aconteceu por meio de uma conversa e depois por uma contação de história. Os resultados evidenciaram ausência de aulas de Ciências, uma vez que a escola privilegia a alfabetização. Durante a oficina, observamos diferentes formas de interação com os objetos e com a mediadora, em que o contato visual e a interação com os objetos foram as formas de comunicação não verbal mais frequentes ao longo da atividade. Sendo assim, constatou-se que, apesar do TEA ser um distúrbio do desenvolvimento neurológico, na qual uma das características reside no déficit das habilidades sociocomunicativas, as crianças participantes responderam de modo satisfatório, mesmo que de forma não verbal.

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Publicado

2021-04-14

Edição

Seção

Artigos Científicos