TRABALHO REMOTO E SOBRECARGA FEMININA: RELATOS DE SERVIDORAS PÚBLICAS FEDERAIS DO IFRJ - CAMPUS REALENGO
Resumo
O presente estudo buscou analisar as percepções das servidoras do IFRJ, campus Realengo, acerca do trabalho remoto e de que modo esta forma de trabalho repercute no cotidiano de vida dessas mulheres. Buscou-se ainda, identificar possíveis relatos relacionados à sobrecarga por parte das servidoras públicas federais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) - Campus Realengo, que estivessem em regime de trabalho remoto durante o isolamento social causado pela pandemia de COVID-19. Visamos ainda, identificar as preferências de uso do tempo livre por essas mulheres. Esta pesquisa é importante pois demonstra como o teletrabalho pode intensificar as desigualdades entre homens e mulheres através do reforço de estereótipos e papéis definidos socialmente, confirmando o que muitas investigações já vêm apontando nessa área. É possível ainda, através dos resultados encontrados, propor estratégias de aperfeiçoamento a este modelo de trabalho, que considerem o universo familiar e estimulem, para além de processos reflexivos uma alteração deste cenário reforçando a desconstrução desses papéis e a responsabilização coletiva e igualitária dos afazeres domésticos e cuidados com crianças, idosos e demais dependentes. Almeja-se assim que estes resultados promovam uma maior compreensão sobre este universo, capacitando-nos a alterar os quadros de sobrecarga instalados e, além disso, que seja promotor de mudança de valores e postura a fim de restaurar a saúde física e mental das mulheres.