Perspectivas para o ensino de grau dos substantivos na Educação Básica
Palavras-chave:
Ensino de gramática. Flexão. Derivação. Grau.Resumo
O ensino de língua materna ainda é um tema amplamente discutido dentro e fora dos limites da universidade, sobretudo no que se refere ao ensino de gramática. Nesse cenário, há nos estudos morfológicos um embate que perdura até hoje acerca da divisão das categorias de gênero, número e grau, enquanto flexão ou derivação no português. Com isso, surgem inúmeras dúvidas tanto para os docentes de língua portuguesa da Educação Básica (que se veem diante da necessidade de ensinar tais componentes), quanto para os seus alunos. Nessa perspectiva, Antunes (2003) chama a atenção para o foco exacerbado da escola no ensino de regras gramaticais, sem promover, ao aluno, a reflexão daquilo que está a aprender. O presente trabalho tem por objetivo levantar reflexões acerca do ensino da categoria de grau dos substantivos no nível fundamental. Partindo da tradição gramatical, com autores como Bechara (2019), Cunha e Cintra (2017) e Rocha Lima (2020), o artigo traça um paralelo entre a gramática tradicional e as reflexões suscitadas a partir de estudos linguísticos desenvolvidos dentro do campo da morfologia, desde Mattoso Câmara Jr. (2015 [1970]) a teóricos como Piza (2001), Gonçalves (2018, 2020), Rosa (2019), entre outros. Atesta-se, portanto, que é mais importante oferecer ao aluno textos que demonstrem os usos reais e efetivos dos afixos de grau do que categorias e análise de frases descontextualizadas (cf. GONÇALVES, 2018).
Palavras-chave: Ensino de gramática. Flexão. Derivação. Grau.
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