Alguns olhares acerca do pensamento gramatical e o instrumental metalinguístico no ensino de língua portuguesa
Palavras-chave:
Metalinguagem, gramática, história da linguísticaResumo
Boa parte do instrumental metalinguístico da ciência linguística vincula-se a uma longa tradição historiográfica. A terminologia naturalizada (Borges Neto, 2013), e, portanto, predominante, inclusive em distintas áreas da linguística, é a advinda do pensamento gramatical, estabilizado no Ocidente por volta de II a. C. Ao contrário de outras disciplinas que, nos séculos XVIII e XIX, recorreram a expedientes das línguas latina e grega antiga para compor um arcabouço terminológico específico, conforme modelos cognitivos propriamente científicos, a gramática manteve-se, de modo cristalizado, como modelo de pensamento do objeto “língua”. Ou seja: suas definições e termos não fizeram exatamente o “salto científico” necessário para gerar categorias condizentes com modos mais contemporâneos de pensar, típicos do advento das ciências propriamente ditas. Seguem, antes, vinculadas, ao menos historicamente, à concepção de ‘língua’ antiga, ao passo que permanecem utilizadas em diversas teorias linguísticas atuais, que, por sua vez, não reproduzem essa concepção do fenômeno linguístico. Exemplificando, temos termos que designam nossas classes de palavras, que atravessam séculos relativamente cristalizados, juntamente com suas definições, de caráter híbrido, eventualmente circular e contraditório, que permanecem no estudo escolar da língua e em certas perspectivas linguísticas consagradas. Tendo em vista esses apontamentos e considerando Chapanski e Gavioli-Prestes (2018) inter alia, nosso objetivo é justamente o de discutir e refletir acerca desse quadro em que as intersecções entre os olhares histórico e científico na trajetória dos estudos linguísticos devem ser analisadas e exploradas, a fim de fornecer caminhos viáveis para aplicação efetiva da ciência da linguagem nos meios educacionais.
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- 2023-03-21 (2)
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Copyright (c) 2022 Cindy Mery Gavioli-Prestes, Gissele Chapanski

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