Esta é uma versão desatualizada publicada em 2021-06-26. Leia a versão mais recente.

Os discursos do facebook e o ensino-aprendizagem de inglês: uma análise a partir da perspectiva intercultural crítica

Autores

Palavras-chave:

Facebook, Discurso, Interculturalidade crítica

Resumo

O desenvolvimento e a difusão de sites de rede social, como o facebook, estabeleceram novas formas de interação e espaços de ensino-aprendizagem de línguas, estabelecendo também novos encontros interculturais. Portanto, apresentamos como objetivo geral deste artigo, analisar o site de rede social facebook e o ensino-aprendizagem de inglês, a partir de uma perspectiva intercultural crítica. Buscamos, especificamente, analisar os discursos das páginas e grupos concernentes ao ensino-aprendizagem; identificar os discursos sobre a relação ensino-aprendizagem e cultura, e averiguar os aspectos ideológicos que estão presentes nas variedades de inglês encontradas. Os procedimentos metodológicos basearam-se na Análise de Discurso Mediada por Computador (HERRING, 2004), utilizando alguns conceitos-chave como ideologia, discurso e hegemonia (CANAGARAJAH; SAID, 2016). Os resultados apontaram para algumas questões, a saber: a hegemonia do modelo do falante nativo; a presença de estereótipos nas comunidades virtuais, implicando em uma representação cultural essencializada (GIL, 2013); finalmente, observou-se o que se pode chamar de perspectiva da resistência (CANAGARAJAH, 1999), em que os sujeitos podem se utilizar das comunidades virtuais, para se opor a estruturas de poder no cotidiano, negociando suas diferenças com outros, por meio do inglês.

Referências

BYRAM, M. Teaching and Assessing Intercultural Communicative Competence. Clevedon: Multilingual Matters, 1997.

BYRAM, M.; GRIBKOVA, B.; STARKEY, H. Developing the intercultural dimension in language teaching. A practical introduction for teachers. Council of Europe, Strabourg, 2002.

CANAGARAJAH, A. S. Resisting Linguistic Imperialism in Language Teaching. Oxford University Press, 1999.

CANAGARAJAH, A. S. Translingual practice: global englishes and cosmopolitan relations. Nova York: Routledge, 2013.

CANAGARAJAH, A. S.; SAID, S. B. Linguistic Imperialism. Researchgate. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/301820652>. Acesso em: julho de 2020.

CANCLINI, N. G. Ideología, cultura y poder. Buenos Aires: Oficina de Publicaciones del CBC, 1995.

LO BIANCO, J.; LIDDICOAT, A. J.; CROZET, C. Striving for the third place. Intercultural competence through language education. Melbourne: Language Australia, 1999.

EL KADRI, M. S.; GIMENEZ, T. Formando professores de inglês para o contexto do inglês como língua franca. Acta Scientiarum. Language and Culture. Maringá, v. 35, n. 2, p. 125-133, Apr.-June, 2013.

FAIRCLOUGH, N. Analysing discourse. Textual analysis for social research. London: New York: Routledge, 2003.

FINARDI, K.; PORCINO, M. C. Facebook na ensinagem de inglês como língua adicional. In: ARAÙJO, J.; LEFFA, V. (orgs.). Redes sociais e ensino de línguas: o que temos de aprender? 1 ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. p. 93-109.

GIL, G. Third places and the interactive construction of interculturality in the English as foreign/additional language classroom. Acta Scientiarum. Language and Culture. Maringá, v. 38, n. 4, p. 337-346, Oct-Dec., 2016.

GIMENEZ, T. Eles comem corn flakes, nós comemos pão com manteiga: espaços para a reflexão sobre cultura na sala de aula de língua estrangeira. Anais do IX Encontro de Professores de Línguas Estrangeiras - IX EPLE, p. 107-114, Londrina: APLIEPAR, 2001.

GUILHERME, M. Critical Citizens for an Intercultural World: Foreign Language Education as Cultural Politics. Clevedon: Multilingual Matters, 2002.

HERRING, S. C. Computer-Mediated Discourse Analysis: An Approach to Researching Online Behavior. In: BARAB, S. A.; KLING, R.; GRAY, J. H. (orgs). Designing for Virtual Communities in the Service of Learning. New York: Cambridge University Press, 2004. p. 316-338.

JACKSON, J. Introducing Language and Intercultural Communication. Routledge, 2014.

KOLTAI, C. A recepção nacional do estrangeiro no mundo globalizado. In: VIEIRA, L. (org.). Identidade e globalização: impasses e perspectivas da identidade e a diversidade cultural. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 137-149.

¬¬

KRAMSCH, C. Culture in foreign language teaching. Iranian Journal of Language Teaching Research. Urmia University, p. 57-78, 2013.

MAHER, T. M. A educação do entorno para a interculturalidade e o plurilinguismo. In: KLEIMAN, A. B.; CAVALCANTI, M. C. (orgs.). Linguística aplicada: suas faces e interfaces. Campinas (SP): Mercado de Letras, 2007. p. 255-270.

PENNYCOOK, A. The cultural politics of English as an international language, Longman: London, 1994.

RAMALHO, V; RESENDE, V. M. Análise de discurso (para a) crítica: o texto como material de pesquisa. Campinas (SP): Pontes Editores, 2011.

RECUERO, R. Discurso mediado por computador nas redes sociais. In: ARAÙJO, J.; LEFFA, V. (orgs.). Redes sociais e ensino de línguas: o que temos de aprender? 1 ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. p. 17-32.

ROCHA, C. H. Reflexões e propostas sobre língua estrangeira no Ensino Fundamental I. Campinas: Pontes, 2012.

STRAUB, H. Designing a cross culture course. English Teaching Forum. 37 (3), p. 2-9,1999.

VEIGA-NETO, A. Cultura, culturas e educação. Revista Brasileira de Educação. n. 23, p. 5-15, 2003.

WALSH, C. Interculturalidade crítica e pedagogia decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. M. (org.). Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7letras, 2009. p. 12-42.

Downloads

Publicado

2021-06-26

Versões

Edição

Seção

Artigo