Os verbos irregulares em língua inglesa: das origens a uma proposta pedagógica

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Palavras-chave:

verbos irregulares, verbos de passado, língua inglesa, ensino

Resumo

Em inglês, ao se ensinar o Simple Past (Passado Simples), o professor tradicionalmente apresenta a seus alunos uma lista bipartida de verbos: de um lado, verbos que seguem um padrão (os verbos  regulares), pois  recebem um sufixo em sua forma passada, e do outro, verbos que fogem a esse padrão, denominados verbos irregulares. Ao proceder desta forma, o docente apresenta os verbos irregulares como um bloco totalmente rígido, que foge a qualquer tipo de sistematização. Entretanto, se  o desenvolvimento diacrônico da língua for levado em consideração, perceberemos que a irregularidade dos verbos de passado em inglês é apenas aparente. Assim, este artigo tem por objetivo apresentar como o passado destes verbos se deu, demonstrando as motivações que levaram alguns verbos a serem regulares e outros irregulares no inglês contemporâneo. Este estudo foi realizado consultando-se a literatura linguística sobre o assunto. Adota-se aqui uma visão de língua enquanto fenômeno dinâmico, influenciada tanto por fatores externos à língua (como o contexto social) como por fatores internos (tais como processos morfofonológicos e semânticos).  Ao final do artigo, defende-se que, mesmo no inglês contemporâneo, é possível uma sistematização dos verbos irregulares, conforme aponta Steinberg (1985), e que tal sistematização, juntamente com questões linguístico-históricas, podem ser apresentadas aos aprendizes de língua inglesa. Acredita-se que com uma apresentação didática destes aspectos, o ensino destes verbos se tornará menos arbitrário, contribuindo para uma maior conscientização do discente de que a aprendizagem de uma língua vai além de simplesmente “decorar” uma lista de verbos.

 

Biografia do Autor

Cassiano Luiz do Carmo Santos, Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Nilópolis

É doutor em Linguística pela UFRJ e membro da ABRALIN (Associação Brasileira de Linguística). Atualmente é professor EBTT do IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro), atuando no ensino médio e na pós-graduação (estudos linguísticos e literários - ELLit). Durante o mestrado, foi bolsista do CNPq. Tem vasta experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística, Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Ensino de Línguas. Atuou como professor assistente na University of Texas-Pan American, nos Estados Unidos. Possui interesse nos temas: vinculação de orações (hipotáticas adverbiais), linguística funcional baseada no uso e, atualmente, na relação entre psicologia e linguística. 

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AUTOR (2018)

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2020-12-10 — Atualizado em 2023-03-21

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