A QUÍMICA DAS PLANTAS: UMA ABORDAGEM INVESTIGATIVA PARA O ENSINO
DOI:
https://doi.org/10.22407/2176-1477/2025.v16.2668Palavras-chave:
Ensino investigativo, Fitoquímica, Plantas medicinaisResumo
Cerca de 40% de todos os medicamentos têm como princípio ativo os vegetais. Todavia, o conhecimento dos efeitos benéficos das plantas não é amplamente difundido, assim, práticas de ensino que busquem contextualizar esse conhecimento empírico com os saberes científico são necessárias. Dessa forma, este estudo tem o objetivo de propor e avaliar uma sequência de ensino investigativa (SEI) acerca da química das plantas para alunos de graduação em Bacharelado em Ciências Biológicas. Divididos em grupos, os alunos foram apresentados à questão norteadora “Por que algumas plantas têm ação medicinal ou praguicida e outras não?”, levantaram hipóteses, coletaram e identificaram material vegetal, prepararam extratos, realizaram a caracterização fitoquímica das amostras, analisaram os dados, e concluíram acerca da problematização. Todas as etapas foram gravadas com um smartphone e transcritas para análise do contexto verbal e não-verbal construído em sala de aula. Ao final, os alunos responderam a um questionário com questões discursivas abrangendo o conteúdo abordado. A SEI proporcionou um aprendizado significativo e o desenvolvimento de competências conceituais na área de fitoquímica, mas também de competências atitudinais e procedimentais. Os resultados reforçam os benefícios da utilização de metodologias ativas que priorizem a investigação. Ademais, a oferta da SEI na forma de curso de extensão permitiu trazer para a formação em nível superior incentivo à aproximação dos procedimentos e atitudes do fazer científico, sem as limitações de seguir um conteúdo programático esperado a determinado componente curricular.
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